quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Michelangelo

Se eu fosse realizador de cinema e me propusessem fazer um filme sobre um pintor à minha escolha, eu teria sérias dificuldades em saber qual deles escolher: Bacon, Klimt, Dali, Rego? Não teria, porém, com toda a certeza, qualquer dúvida na forma de filmar a vida e obra do pintor escolhido. Usaria a iluminação e os cenários consoante a obra desse artista, por forma a transportar o espectador no tempo e no espaço.

Tenho visto alguns filmes sobre pintores, mas, raros são aqueles que, quanto a mim, conseguem reproduzir fielmente aquilo que falo. O inglês Derek Jarman, na sua obra “Caravaggio” (1986), consegue reproduzir as imagens barrocas dos quadros de Michelangelo Merisi de Caravaggio, seguindo fielmente a estética do mesmo. Num jogo de luz e sombra, Jarman compõe uma batalha constante entre o belo e o feio, a riqueza e a pobreza, o génio e o louco, o sagrado e o profano. Aos poucos, vai-se revelando a personalidade daquele que, para a época era considerado enigmático, fascinante, perigoso e levou o principio estético às ultimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta assassinada para pintar “A morte da Virgem”. Uma das características mais importantes na sua obra é retratar o aspecto mundano dos eventos bíblicos, usando o povo comum das ruas de Roma.


Nigel Terry (o Rei Arthur de Excalibur), para além das semelhanças físicas com o próprio artista, encarna tão bem a pele do pintor, que me deixou confundido quanto à sua verdadeira identidade. Sean Bean, Tilda Swinton, Robbie Coltrane, Michael Gough, Dexter Fletcher, são alguns dos actores que participam nesta obra-prima.

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