“A Luz” (1987), do Maliano Souleymane Cissé, que vi no cinema ACS em Alvalade, foi um desses filmes. Pouco me lembro. Para além da fotografia, recordo vagamente a viagem de um homem com poderes mágicos. Nunca me esqueci do nome do realizador, do título do filme e da sensação de ter saído do cinema "iluminado".
“Café Bagdad”, realizado pelo Alemão Percy Adlon em 1987, foi outro dos casos. Ainda tenho presente as personagens do filme, as vidas de pessoas que encontramos todos os dias, mas cuja vulgaridade não nos leva a procurar conhecer mais a fundo como, por exemplo, a gorda Jasmin (Marianne Sagebrecht).
A cor dos filmes de Akira Kurosawa transmitiram-me sensações inesquecíveis. Pode parecer uma mera curiosidade, mas o facto de os filmes serem previamente desenhados em papel pelo realizador, não é puro acaso. Lembro-me de "obrigar" os meus pais e o meu irmão a ir ao cinema mundial ver o "RAN" (1985). Claro que aproveitaram as quase três horas de filme para dormir, enquanto eu me rendi às lutas de cores.
O primeiro filme dos Irmãos Coen, "Sangue por Sangue" (1984), foi, para mim, genial. Perfeito enredo filme Noir: marido-mulher-amante envolvidos em esquemas intensos, quase desprovido de luz (eu até tinha ideia do filme ser a preto e branco).
E quem se esquece da nudez explícita de Valérie Kaprisky no filme do polaco Andrzej Zulawski, "A Mulher Pública" (1984)?
Enfim, poderia estar aqui a escrever páginas e páginas sobre pormenores que nunca me abandonaram em filmes que outrora vi. São esses pequenos-grandes nadas que os tornam especiais, autênticas tatuagens.
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