sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sopas de tomate

Após uma noite tranquila, a cidade volta a acordar para mais um dia. Uma a uma, as ruas vão-se enchendo de uma multidão incógnita. Os comerciantes apregoam os seus produtos, as lojas abrem as portas para receber os seus estimados clientes. Miúdos levados às escolas, graúdos a caminho dos empregos. Carros e mais carros invadem as ruas, até há uns minutos atrás desertas. As árvores abanam os seus ramos em direcção ao céu, perdendo algumas folhas pelo caminho. Tudo corre com normalidade na vida destas pessoas.

Ouve-se um estrondo ao longe, a terra treme um pouco. Mas passa despercebido aos habitantes desta cidade. Passam-se uns minutos… um novo tremor, desta feita bem sentido. As pessoas não sabem bem o que se passa. Param por uns minutos mas voltam à correria do costume.

Mas, de repente… o barulho é ensurdecedor, a terra parece fugir debaixo dos pés. Elas deixam de fazer o que estavam a fazer e a visão que lhes aparece é inimaginável. É aterrorizadora. É indescritível.

Elas correm. Elas fogem. Escondem-se… mas não há para onde ir. A cidade é tomada, e os corpos dos cidadãos, que outrora viviam naquela pacata cidade, amontoam-se ensanguentados pelas ruas. Cabeças abertas, membros dispersos, tripas esventradas, invadem a cidade sangrenta.

Não há como pará-los. Ninguém sabe o que fazer. Nem Estados ou governos. Nem exército ou marinha. O mundo está perdido.
Ninguém está a salvo. Esta cidade está tomada. Preparam-se agora para "ganhar tomates" e invadir outra.


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