segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mais um... menos um


Existem realidades que nos passam completamente ao lado. Nós queixávamo-nos que os professores não prestavam, que as aulas eram uma “seca”, que a matéria não interessava. Quando os “stores” faltavam, era uma festa, ía-mos para o recreio jogar à bola, ao pião ou, se conseguíssemos que algumas raparigas nos acompanhassem, jogávamos ao bate pé. Tudo servia de desculpa para não ir às aulas. Constantemente esperávamos pelo segundo toque para subir, sempre eram uns minutinhos a menos…

Pois é. O facto é que tínhamos aulas, professores, contínuos, carteiras, canetas e cadernos para poder escrever, pintar, fazer contas. Quadros, giz e apagadores (que muitas das vezes serviam como arma de arremesso). Mas em certos sítios nada disso existe.

Quando o professor da escola primária de Shuiquan tem de se ausentar durante um mês é preciso encontrar alguém que o substitua. O responsável da aldeia procura nas redondezas quem o possa fazer, mas a única pessoa disponível para o trabalho é Wei Minzhi (Wei Minzhi), uma rapariga de 13 anos. A única coisa que o professor lhe pede é que não perca nenhum aluno. Mas, a vida não vai ser nada fácil para esta substituta, pois logo no primeiro dia fica sem uma aluna que aceita um convite de outra escola. Mais tarde, volta a perder outro aluno que parte para a cidade afim de arranjar trabalho, pois a mãe é doente e as dívidas são mais que muitas. A determinação de Wei é forte, e ela tudo fará para o trazer de volta.

“Nenhum a menos” (Yi ge dou bu neng shao 1999), filme em jeito de documentário do realizador chinês Zhang Yimou e primeira produção do ramo asiático da Sony, a Columbia Pictures Film Production Ásia, traz-nos um filme simples acerca de uma realidade existente no interior da china, tão real que os actores são pessoas normais filmadas no seu quatidiano.


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